A aplicação FOCUS apresenta diversas funcionalidades importantes, a saber:
1. É colaborativa: permite que professores, amigos ou outros familiares registem os comportamentos nos diferentes contextos, facilitando a caracterização dos comportamentos;
2. Permite a avaliação da intensidade dos sintomas (logo, da resposta à terapêutica), para indivíduos de todas as idades; é efectuada mediante questionários validados baseado nos criterios da DSM; a avaliação dos sintomas é feita semanalmente e os dias e turnos da avaliacao sao escolhidos de modo aleatório;
3. A aplicação permite também a monitorização e registo de possíveis efeitos secundários da medicação, em horários e contextos específicos;
4. A aplicação inclui, também, uma agenda com lembretes, de forma a planear de modo mais eficaz a adesão à terapêutica (que pode ser diferente em dias de escola e em dias sem aulas) ou a outras atividades;
5. A FOCUS permite criar um sistema de pontos, consoante a realização de tarefas, que podem traduzir-se, para a criança/adolescente, em ganhos (atividades lúdicas, presentes…), de modo a facilitar o reforço positivo;
6. A aplicação também inclui uma secção sobre informação didática, de atualização frequente, relacionada com a PDAH (dirigida a pais e cuidadores e a adultos com PHDA).

A aplicação destina-se a ser gerida pelos pais/cuidadores, mas possui um layout apropriado para crianças abaixo dos 12 anos (a criança pode apenas visualizar as tarefas, se tiver o seu próprio telefone, e não efectuar modificações).
As informações dos doentes podem ser depois visualizadas pelo seu médico, mediante o download da aplicação (monitorização da intensidade dos sintomas em gráficos, dos efeitos secundários e a execução das tarefas quotidianas).
Esta aplicação pode ser útil na medida em que facilita vários pontos no seguimento dos doentes com PDAH:
1. A aplicação regular do questionário talvez permita dar maior ênfase à desatenção (componente clínica mais desvalorizada); este ponto é crucial porque a desatenção é o aspecto que tem o maior impacto na morbilidade relacionada com a PDAH;
2. Permite ter acesso a informação mais fidedigna e mais completa sobre os possíveis efeitos secundários.
Esta aplicação, no entanto, não substitui, a terapêutica farmacológica, nem o acompanhamento médico.
São necessários mais estudos científicos, randomizados e aleatorizados, para perceber se, de facto, esta aplicação terá um impacto positivo na sintomatologia e na morbilidade relacionadas com a PDAH.